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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Desalento


No caminho da história ficaram rastros
Nessas pegadas fracas de um homem franzino
Assiste em seus passos a velocidade de um corredor
O que ele é? Um homem amarrado as grades do seu "tempo"
Estás a vê? Está mais para uma caça em desespero
Somente a fugir e a se defender com suas garras lesadas

Escutem! São gritos daqueles que se acham em liberdade:
Demônios numa época de loucura e desrazão
O que pensas desse homem?
Matou, roubou?
Nem mais nem menos.
Blasfemou, jurou a não existência de Deus ou jogou pedra na cruz?
Não.

Boatos que diz apenas ser louco. Um desatino. Poeta errante
Preso a correntes em desalento da alma
A cena de longe é vista: está preso
É amarrado numa cela
A noite ronda o fim do dia: chegou
Há desprezo a quem o trata
Sem direito a defesa, até o grito foi calado

Saído da sala e de fortes risadas: a lei
Entrega palhas, sobre o qual servirá de descanso
Aos poucos suas forças será submetidas pela fraqueza
O mundo lá fora nunca foi grande o suficiente
Sua vida fora marcada pela pobreza e descaso

Escutem! Uma oração que precede a fé sem esperança
É um brado retumbante a prisão que matou a liberdade inocente
A corrente não foi desatada
A sala sem espaço torna-se apertada
Sufoca: desejos e vontades

Ser diminuído, homem grande
Diminuído pela incerteza e morto aos poucos pela clareza
Constroi-se  uma visão turva e desconstruída em águas límpidas
Verdade santa!
Pecado real e mundano
Mundo real e homens em "tempos sombrios"

O que dizer? O que fazer?
Homens riem em suas salas frias com cigarro e Whisky
São diálogos mortais de experiências psicopatas
"Os loucos suportam as dores, pois já não existem"
"São sujos e fedorentos"

Sujeiras saem de suas bocas
Atitudes e formação em faculdades da lama
Sentimentos acatados em latas velhas de lixo

O que vigora é o medo: fábricas nucleares em suas mentes
Pessoas que são caçadas
Um ódio como fim: preconceito e racismo!

Luis Carlos de Lima

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