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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018


Percalços


A revolta é grande: o sentido tão mero
Presente a situações indesejáveis enfrenta os percalços
Procura nas entrelinhas da noite suas respostas:
Encontra gatos, ratos, cachorros e pessoas rastejando pelos cantos
Garrafas, restos de comidas e lenções sujos e maltrapilhos
Não pretende parar...
Está se afogando, já não consegue mais suportar
Sua carga horária é sacrifício ao Deus Capital
Ritual macabro e fatal
Encontrou na noite consolo para o dia
Hoje, um adorador da noite
Orador dos desgraçados e injustiçados
Tem um caminhar de quem segue pisando em dimensões desconexas
A solidão como guarda-chuva do tempo
De repente uma música inconsciente é tocada em sua mente
Ritmos, rimas e notas faz-se melodia na leve garoa
No peito um coração que bate cansado
No cérebro neurônios em sinapses erradas
As luzes nos postes cintilam
Enquanto isso caminha em pleno sossego
Caminha, mesmo trancado em si
De vez em quando uma luz é acesa em uma das janelas
Em outro ponto: é luz que se apaga
Se sente bem: está leve espiritualmente
Um professor errante em uma vida real
Ilicitudes é o que escuta no interior do ser.

Luis Carlos de Lima 

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