Zaratustra chega a Terra do Nunca
Não demorou, Zaratustra
aproveitou e saiu de sua caverna enquanto todos dormiam. Tinha andado algumas
horas e estava exausto. Subiu as montanhas e lá permaneceu por várias horas.
Com seu cajado, as vezes parava e sentava seu queixo sobre ele. A cabeça estava
sempre a milhão em pensamentos que conflituavam com o novo mundo. Desceu a
montanha. Estava sozinho, pois até mesmo sua sombra desaparecera. Sim, ele
estava muito cansado, mas sempre envolto a furacões em sua mente. Estava
cansado de procurar o "super-homem". Se debatia as vezes em
convulsões quando imaginava o que seria a Civilização com esses novos valores. “O
ser-que-supera-o-em-si”, sendo assim, surge um novo homem, transformado e
qualificado nesse passo evolutivo de absorção de conhecimentos.
Sempre atento ao seu redor.
Em toda sua estada longe da cidade nunca deixou de apreciar a natureza. As “árvores,
flores, pássaros e borboletas estão lindos”, um verde estupendo valorizava sua
caminhada na solidão. O céu acima estava carregado de nuvens – “imagino essa tempestade
lavando a terra de toda a sujeira acumulada pelo velho homem”. Assim falou
Zaratustra baixinho. Está a cantar em suas imaginações. São júbilos “ao novo dia”
que em breve chegará. Nesses vulcões que atormenta-o, assiste a anjos que tocam
suas trombetas anunciando essa nova etapa da humanidade. Anunciando o começo de
uma nova era; pronta para receber o “novo homem”.
De repente, Zaratustra
tropeça e da de cara com uma cidade, que está escrita em letras de fogo: “TERRA
DO NUNCA”. Se ajeitando, tentando se levantar – sente no cerne de sua alma que
está surpreso. Já de pé, pega o seu cajado e sente vontade de destruir primeiramente
aquelas palavras. Se antes sua cabeça fervilhava, agora era como uma estrela em
colapso. Aquela frase parecia não fazer sentido. Isso o incomodava
terrivelmente. Não demora e segue em frente rumo a esse encontro. Na entrada se
depara com um sino gigante. Por sua vez, não resiste e dar umas badaladas
segurando a corda que está perto de sua cabeça. O barulho soa forte. A porta é
aberta. “Já passou do meio dia” - pensa. Escuta uma voz. “Boa tarde”. Que faz
você por estas terras?
“Deus está morto”. Responde. “Sou
Zaratustra, aquele que saiu do aconchego dos homens para viver nas montanhas e
cavernas com animais e plantas. Aquele que perambula procurando o assassino de
Deus, pois que tenha “deuses e não Deus”. Sem pestanejar, em sua frente escuta
uma resposta: ilustre, ouvi falar muito de vossa pessoa. Não entendo, porque não
vieste antes ao meu lar? Me chamo “Nunca”, essa terra é minha propriedade:
“Terra do Nunca”. Aqui nada morre, tudo vive. Tudo foi, tudo flue, mas nunca Volta.
Está convidado a entrar. Quem entra, está fadado a eternidade. A um longo e “duradouro
retorno” na infinitude do acaso.
“Deus nunca morreu, morre,
mas viverá para sempre. Está vivo em nossas mentes. Aqui na minha cidade nada
morre. Deus está vivo!”
Zaratustra perde o equilíbrio
– deixa seu corpo por instantes – lembra agora do jovem equilibrista que caiu
enquanto trabalhava e morre. “Deus na sua cidade está vivo, porém, o que não
existiu fisicamente… Sim! Realmente “nunca morre”. Agora para está vivo, meu
amigo “Nunca”, é digno de mestre, que me explique.
Logo tu, “mestre de si mesmo”.
Superado intelectualmente nessas montanhas, me pede para que eu te explique Zaratustra?
Se queres entender, então me segues em minhas províncias… entras e viverás a
finalidade na valsa da eternidade.
Zaratustra mais uma vez é
superado por aquilo que ele ama, o “amor ao conhecimento”. Não resiste e entra
na cidade em busca de entender e desvendar a ignorância que leva a si mesmo
para o “Nunca”.
Dias e anos se passaram. Os
seus seguidores visitaram, lagos, montanhas e cidades… e nada de Zaratustra. O
corpo se foi, mas suas ideias renascem a cada dia. O futuro torna-se uma
miragem do o acaso. O passado é consumado, consumido e validado pela historia.
Sendo assim, seus díscipulos
nunca o abandonou e continuam a difundir suas ideias em escolas, universidades
e praças. E sempre que é ensinado, sua frase faz o ritual de finalização:
“Assim falou Zaratustra”.
Não tem ligação direta com o livro.
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