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terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Zaratustra chega a Terra do Nunca


Não demorou, Zaratustra aproveitou e saiu de sua caverna enquanto todos dormiam. Tinha andado algumas horas e estava exausto. Subiu as montanhas e lá permaneceu por várias horas. Com seu cajado, as vezes parava e sentava seu queixo sobre ele. A cabeça estava sempre a milhão em pensamentos que conflituavam com o novo mundo. Desceu a montanha. Estava sozinho, pois até mesmo sua sombra desaparecera. Sim, ele estava muito cansado, mas sempre envolto a furacões em sua mente. Estava cansado de procurar o "super-homem". Se debatia as vezes em convulsões quando imaginava o que seria a Civilização com esses novos valores. “O ser-que-supera-o-em-si”, sendo assim, surge um novo homem, transformado e qualificado nesse passo evolutivo de absorção de conhecimentos.
Sempre atento ao seu redor. Em toda sua estada longe da cidade nunca deixou de apreciar a natureza. As “árvores, flores, pássaros e borboletas estão lindos”, um verde estupendo valorizava sua caminhada na solidão. O céu acima estava carregado de nuvens – “imagino essa tempestade lavando a terra de toda a sujeira acumulada pelo velho homem”. Assim falou Zaratustra baixinho. Está a cantar em suas imaginações. São júbilos “ao novo dia” que em breve chegará. Nesses vulcões que atormenta-o, assiste a anjos que tocam suas trombetas anunciando essa nova etapa da humanidade. Anunciando o começo de uma nova era; pronta para receber o “novo homem”.
De repente, Zaratustra tropeça e da de cara com uma cidade, que está escrita em letras de fogo: “TERRA DO NUNCA”. Se ajeitando, tentando se levantar – sente no cerne de sua alma que está surpreso. Já de pé, pega o seu cajado e sente vontade de destruir primeiramente aquelas palavras. Se antes sua cabeça fervilhava, agora era como uma estrela em colapso. Aquela frase parecia não fazer sentido. Isso o incomodava terrivelmente. Não demora e segue em frente rumo a esse encontro. Na entrada se depara com um sino gigante. Por sua vez, não resiste e dar umas badaladas segurando a corda que está perto de sua cabeça. O barulho soa forte. A porta é aberta. “Já passou do meio dia” - pensa. Escuta uma voz. “Boa tarde”. Que faz você por estas terras?
“Deus está morto”. Responde. “Sou Zaratustra, aquele que saiu do aconchego dos homens para viver nas montanhas e cavernas com animais e plantas. Aquele que perambula procurando o assassino de Deus, pois que tenha “deuses e não Deus”. Sem pestanejar, em sua frente escuta uma resposta: ilustre, ouvi falar muito de vossa pessoa. Não entendo, porque não vieste antes ao meu lar? Me chamo “Nunca”, essa terra é minha propriedade: “Terra do Nunca”. Aqui nada morre, tudo vive. Tudo foi, tudo flue, mas nunca Volta. Está convidado a entrar. Quem entra, está fadado a eternidade. A um longo e “duradouro retorno” na infinitude do acaso.
“Deus nunca morreu, morre, mas viverá para sempre. Está vivo em nossas mentes. Aqui na minha cidade nada morre. Deus está vivo!”
Zaratustra perde o equilíbrio – deixa seu corpo por instantes – lembra agora do jovem equilibrista que caiu enquanto trabalhava e morre. “Deus na sua cidade está vivo, porém, o que não existiu fisicamente… Sim! Realmente “nunca morre”. Agora para está vivo, meu amigo “Nunca”, é digno de mestre, que me explique.
Logo tu, “mestre de si mesmo”. Superado intelectualmente nessas montanhas, me pede para que eu te explique Zaratustra? Se queres entender, então me segues em minhas províncias… entras e viverás a finalidade na valsa da eternidade.
Zaratustra mais uma vez é superado por aquilo que ele ama, o “amor ao conhecimento”. Não resiste e entra na cidade em busca de entender e desvendar a ignorância que leva a si mesmo para o “Nunca”.
Dias e anos se passaram. Os seus seguidores visitaram, lagos, montanhas e cidades… e nada de Zaratustra. O corpo se foi, mas suas ideias renascem a cada dia. O futuro torna-se uma miragem do o acaso. O passado é consumado, consumido e validado pela historia.
Sendo assim, seus díscipulos nunca o abandonou e continuam a difundir suas ideias em escolas, universidades e praças. E sempre que é ensinado, sua frase faz o ritual de finalização:

“Assim falou Zaratustra”.
Não tem ligação direta com o livro.

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